DISCURSO DO PRESIDENTE DA
OAB-SP, DR. LUIZ FLÁVIO BORGES D’URSO, POR OCASIÃO DA SOLENIDADE
DE ENTREGA DA COMENDA DA ORDEM DO MÉRITO JUDICIÁRIO DO TRABALHO,
NO GRAU DE GRÃ-CRUZ, AO ILMO. SR. DR. ROBERTO ANTONIO BUSATO, PRESIDENTE
DO CONSELHO FEDERAL DA OAB
Tribunal Regional do Trabalho
da 2ª Região
01/06/2006
– 11h00
Exma. Sra.
Dra. Dora Vaz Trevino
DD. Juíza Presidente do Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região
e Grã-Mestra da Ordem do Mérito Judiciário deste mesmo
Tribunal
Exmo. Sr. Dr. Roberto Busato DD.
Presidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil
Minhas Senhoras, meus Senhores
“Ser digno significa não pedir o que se merece: nem aceitar
o imerecido. Enquanto os servis sobem por entre as malhas do favoritismo,
os austeros ascendem pela escadaria das suas virtudes”.
Acolho
o pensamento do grande escritor argentino, José Ingenieros, para interpretar
o sentido da Homenagem que o Tribunal Regional do Trabalho da 2a Região
presta ao líder da nossa classe, a classe dos advogados brasileiros,
Roberto Antônio Busato, concedendo-lhe a Comenda da Ordem do Mérito
Judiciário do Trabalho.
O advogado
Roberto Busato aqui se faz presente em função não apenas
do simbolismo que expressa, na condição de presidente do Conselho
da nossa Ordem dos Advogados do Brasil, entidade que fez e faz história
nas lutas em defesa das Liberdades, dos Direitos, da Cidadania e da Democracia,
mas pelas virtudes que impregnam seu perfil: a coragem de dizer o que deve
ser dito; a independência para defender o que deve ser defendido; a
consciência para pregar os direitos dos cidadãos e exigir justiça;
a dignidade de recusar o pão ensopado na adulação aos
áulicos.
São
virtudes daquele homem que Ingenieros dizia ser predestinado a conservar
sua linha própria entre as pressões coercitivas da sociedade,
ao contrário dos homens-sombra, sem resistência, que se adaptam
facilmente, desfigurando-se, domesticando-se, esvaindo-se na névoa
do tempo.
Parabéns,
caro amigo Busato, pela merecida Homenagem que este Egrégio Trubunal
lhe presta.
Parabéns,
cara juíza presidente Dora Vaz Trevino, parabéns, caros juízes
que integram esta Casa, pela sábia decisão de entregar a Comenda
da Ordem do Mérito Judiciário do Trabalho ao presidente da
nossa Ordem.
Senhoras e Senhores
Tenho aproveitado as oportunidades que se apresentam à Seccional Paulista
da Ordem dos Advogados do Brasil para externar posições e idéias
a respeito das grandes questões que cercam o universo institucional
brasileiro, procurando, na medida do possível, abordar situações
específicas dos foros institucionais que abrigam os eventos a que
comparecemos.
Justifico, assim, as rápidas palavras que passo a expressar em defesa
da Justiça do Trabalho, particularmente no sentido de reforçar
a nossa recorrente tese: o Brasil seria mais equânime e mais solidário
se a Justiça do Trabalho tivesse sua estrutura humana, tecnológica
e material à altura das crescentes demandas sociais.
Não podemos deixar de reconhecer que a Justiça do Trabalho
tem correspondido às expectativas da advocacia. Nos últimos
anos, houve sensível melhora na Justiça do Trabalho. Como se
sabe, a porta mais larga para o acesso do cidadão comum à Justiça
é a porta da Justiça do Trabalho, por onde ingressa o maior
número de demandas, e que, por isso mesmo, se apresenta como a mais
sensível na percepção social. Temos também de
reconhecer que limitações humanas e materiais impedem o alcance
da meta de uma justiça do trabalho mais ágil. O excessivo número
de ações está a exigir expansão das juntas de
Primeiro grau; os quadros funcionais que, reconhecemos, primam pela competência,
ainda são limitados em número e a demora na execução
dos processos constituem, entre outros, entraves que justificam reforço
dos quadros e aperfeiçoamento da área tecnológica.
Todas
as vezes em que nos deparamos com os grandes números dos processos
trabalhistas somos levados a refletir sobre os caminhos do país no
território da empregabilidade. A preocupação fundamental
do cidadão é a de trabalhar. O trabalho é a mola da
segurança do cidadão. Sem trabalho, grassam a miséria,
a angustia, os sofrimentos. Por esta razão, o dever central dos governos,
dos políticos, dos homens públicos, é o de propiciar
as condições para garantir trabalho a todos. O desemprego acarreta
trágicas conseqüências sociais, familiares, pessoais, desaguando,
quase sempre, em litígios de toda a ordem e em todos os setores, contribuindo
para entupir os canais da Justiça do Trabalho.
Sob este pano de fundo, senhoras e senhores, temos a grave responsabilidade
de lutar, com todas as nossas forças, para ampliar os espaços
do trabalhador na sociedade. Assim o fazendo, estaremos contribuindo para
arrefecer as ondas de conflito e atenuar os movimentos que chegam às
portas da Justiça do Trabalho. Valorizar o capital humano e criar
condições para a estabilidade permanente dos espaços
social, político e econômico – eis aqui o ideário a iluminar
as nossas mentes.
Exma.
Sra. Juíza Presidente
Caro amigo dr. Roberto Busato
Senhoras
e Senhores
Um país afogado em litígios trabalhistas aponta para uma Nação
desintegrada, dividida, fragmentada e de alma permanentemente ferida.
Longe de nós a Pátria litigiosa! Longe de nós a Pátria
ferida no combate incessante dos conflitos entre patrões e empregados!
Perto de nós a Pátria unida, a Pátria sentimental, a
Pátria justa, a Pátria Cidadã, a Pátria onde
a Justiça do Trabalho trilhe no caminho da harmonia e do equilíbrio
social, realizando a sua missão de Paz, na perspectiva de empregadores
e empregados integrados e dispostos a se guiar pela chama da Justiça
Social.
Obrigado!
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