DECRETO
Nº 80.271, DE 1 DE SETEMBRO DE 1977
Publicado no
DOU de 1º/09/1977
Revogado pelo Decreto
nº 10.011/2019 - DOU de 6/09/2019
Regulamenta a concessão de férias anuais remuneradas
aos trabalhadores avulsos e dá outras providencias.
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O PRESIDENTE DA REPÚBLICA , usando da atribuição
que lhe confere o artigo 81, item III, da Constituição,
e tendo em vista o disposto no artigo 2º do Decreto-lei nº 1.535
de 13 de abril de 1977,
DECRETA:
Art 1º Os trabalhadores avulsos, sindicalizados ou não,
terão direito, anualmente, ao gozo de um período de férias,
sem prejuízo da respectiva remuneração, aplicando-se,
no que couber as disposições constantes das Seções
I, II e VIII e artigo 142, do Capítulo IV do Título II da
Consolidação
das Leis do Trabalho, com a redação do Decreto-lei
nº 1.535, de 13 de abril de 1977.
Art 2º Para anteceder ao pagamento das férias de que
trata o artigo anterior, os requisitantes ou tomadores de serviço
contribuirão com um adicional de 10% (dez por cento), calculado sobre
a remuneração do trabalhador.
§ 1º A contribuição referida neste artigo
será recolhida até o dia 10 (dez) do mês subseqüente
ao da realização do serviço, diretamente pelos requisitantes
ou tomadores de serviço, à Caixa Econômica Federal,
para depósito em conta especial intitulada "Remuneração
de Férias - Trabalhadores Avulsos", em nome do sindicato representativo
da respectiva categoria profissional.
§ 2º Dentro do prazo de 72 (setenta e duas) horas após
a efetivação do recolhimento referido no parágrafo
anterior, ficarão os requisitantes ou tomadores de serviço,
obrigados a encaminhar ao sindicato beneficiário comprovante do depósito.
§ 3º Em se tratando de trabalhador avulso da orla marítima,
a remessa do comprovante a que se refere o parágrafo anterior, será
acompanhada de um via da folha-padrão de pagamento, emitida de acordo
com o determinado pela Superintendência Nacional de Marinha Mercante.
Art 3º A importância arrecadada na forma do artigo
2º deste Decreto terá o seguinte destino:
I - 9% (nove por cento) para financiamento das férias dos
trabalhadores avulsos e contribuições previdenciárias;
II - 1% (um por cento) para o custeio dos encargos de administração.
Art 4º Do montante que se refere o item II do artigo anterior,
a Caixa Econômica Federal efetuará, no prazo de 48 (quarenta
e oito) horas, as seguintes transferências:
I - 0,75% (setenta e cinco centésimos por cento) para uma
conta intitulada "Administração de Férias - Trabalhadores
Avulsos", em nome do Sindicato respectivo;
II - 0,25% (vinte e cinco centésimos por cento) para a
Federação a que estiver vinculado o sindicato, creditado sob
o mesmo título referido no item anterior.
Art 5º Inexistindo na localidade da sede do sindicato Filial
ou Agência da Caixa Econômica Federal, o recolhimento a que
se refere o artigo 2º deste Decreto será feito na agência
do Banco do Brasil S. A. ou em estabelecimento bancário integrante
do sistema de arrecadação dos tributos federais.
Art 6º Os sindicatos profissionais respectivos agirão
como intermediários, recebendo o adicional na forma do artigo 2º
deste Decreto, apurando o preenchimento das condições legais
e regulamentares de aquisição do direito às férias,
e efetuando o pagamento das férias aos trabalhadores.
Art 7º As férias dos trabalhadores avulsos serão
de 30 (trinta) dias corridos, salvo quando o montante do adicional for
inferior ao salário-base diário multiplicado por 30 (trinta),
caso em que gozarão férias proporcionais.
Parágrafo único. Para efeito de controle o sindicato
manterá registro específico, em fichas ou livro próprio,
relativo a participação de cada trabalhador, sindicalizado
ou não, no adicional a que se refere o item I do artigo 3º.
Art 8º Ao entrar o trabalhador em férias, o sindicato
pagará ao trabalhador avulso importância equivalente à
sua participação no adicional a que se refere o item I do
artigo 3º, previamente registrada em fichas ou livros de controle,
deduzindo, nessa ocasião, a contribuição por este devida
à Previdência Social.
Art 9º O pagamento das férias ao trabalhador avulso
será efetuado mediante chefe nominativo ou ordem de pagamento, contra
recibo, contendo o respectivo número de inscrição
ou matrícula do beneficiário.
Art 10. O sindicato dividirá em grupos os profissionais
em atividades, para efeitos de concessão de férias, considerando
as necessidades dos serviços que constituírem a atividade
profissional respectiva.
Art 11. Para os efeitos deste Decreto, compreendem-se entre os
trabalhadores avulsos:
I - estivadores, inclusive os trabalhadores em estiva de carvão
e minérios;
II - trabalhadores em alvarengas (alvarengueiros);
III - conferentes de carga e descarga;
IV - consertadores de carga e descarga;
V - vigias portuários;
VI - amarradores;
VII - trabalhadores avulsos do serviço de bloco;
VIII - trabalhadores avulsos de capatazia;
IX - arrumadores;
X - ensacadores de café, cacau, sal e similares;
XI - trabalhadores na indústria de extração
de sal na condição de avulsos.
Parágrafo único. O Ministro do Trabalho, mediante
solicitação do Sindicato e ouvida a Comissão de Enquadramento
Sindical, poderá incluir outras categorias na relação
constante deste artigo.
Art 12. Sem prejuízo da atuação do Ministério
do Trabalho, as Federações representativas as categorias
profissionais avulsas fiscalizarão o exato cumprimento do disposto
neste Decreto.
Parágrafo único. Para efeito deste artigo os sindicatos
remeterão à Federação a que estiverem vinculados,
mensalmente, relação dos depósitos efetuados pelos
requisitantes ou tomadores de serviço.
Art 13. Nas localidades não jurisdicionadas por sindicatos
das categorias de trabalhadores avulsos, as atividades atribuídas
pelo presente decreto aos sindicatos ficarão a cargo das entidades
em grau superior.
Art 14. Os saldos apurados em função da arrecadação
regulada pelo Decreto nº 61.851, de 6 de dezembro de 1967, serão
transferidos para a conta especial referida no parágrafo 1º,
do artigo 2º deste Decreto.
Parágrafo único. Os sindicatos providenciarão,
no prazo de 30 (trinta) dias, a contar da publicação do presente
decreto, as transferências referidas no " caput " deste artigo.
Art 15. O Ministro do Trabalho expedirá as instruções
complementares que se tornarem necessárias à execução
deste Decreto.
Art 16. O presente Decreto entrará em vigor na data da
sua publicação, revogadas as disposições em contrário,
especialmente o Decreto nº 61.851, de 6 de dezembro de 1967.
Brasília,
1 de setembro de 1977; 156º da Independência e 89º da República.
ERNESTO GEISEL
Arnaldo Prieto
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